segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Elementos da mesa para o jogo de cartas ciganas

Não é de agora que me perguntam qual a maneira mais adequada de preparar uma mesa para jogar cartas ciganas, e como acredito que não existe uma fórmula correta, posto ser algo pessoal, vou me ater apenas a dar sugestões.

- O primeiro fator que deve ser considerado é a cor da toalha da mesa, esta pode ter qualquer nuance ou estampa, desde que não atrapalhe a visualização das lâminas quando em posição de leitura. Cores lisas e tons mais fechados ressaltam muito bem as cartas: vermelho bordô, vinho, roxo, azul marinho. As cores claras suavizam o ambiente, porém tiram um pouco da vivacidade do lugar. As estampadas têm muita informação e podem se confundir com as ilustrações das cartas, mas para este caso o recurso de sobrepor uma outra toalha lisa e menor na parte central da mesa dá um aspecto limpo e elegante, sem tirar o colorido. Toques dourados ou prateados nas bodas de tolhas lisas também dão certo requinte.
- Para quem gosta de usar velas durante o jogo, o ideal é acender somente uma para não esquentar o recinto e nem incomodar o consulente com calor e fumaça. A cor da vela pode ser a da preferência da cigana(o) que protege e intui o cartomante (quando este tem um guia), como pode ser qualquer outra que a intuição mandar. Velas e castiçais pequenos são mais aconselháveis para uma mesa de jogo, acabam rápido e tomam pouco espaço.

- No que diz respeito a incensos, estes devem seguir a mesma linha de raciocínio do uso de velas: conforme o gosto da cigana(o) ou pessoal. Contudo, a fumaça muito próxima ao consulente é incômoda, podendo ocasionar alergias. Bem mais elegante seria acendê-los em outro local que não seja em cima da mesa do jogo.

- Pedras, cristais e moedas são bem-vindas, assim como pequenos amuletos, desde que não limite demais o campo de atuação. Se houver uma bola de cristal, seria de bom tom esta não chamar mais atenção do que as próprias cartas, pois não é a estrela da vez.

- É comum o uso de punhal em uma mesa de jogo cigano, no entanto, quando se faz atendimento a pessoas desconhecidas, deixar uma arma por perto é correr um risco desnecessário. Nestes casos o recurso tradicional de colocar o punhal sob a toalha como proteção de fluidos negativos revela sabedoria e prudência.

- Muitas pessoas usam uma taça ou um copo com água para purificar o local e reter pretensas energias negativas, todavia, estes podem ser colocados em outro móvel do mesmo espaço para não amontoar a mesa do cartomante. Outro fator a ser considerado é o risco de derramar água sobre as cartas, podendo estragar o baralho se não for impermeável.

- Imagens e bonecos ciganos dão graça, cor e estilo enquanto paramento, mas fica bem melhor quando usados em miniaturas.


Muitas alternativas existem para serem usadas na mesa de um jogo cigano, porém, o principal é ter o toque do cartomante conforme suas crenças ou seu gosto por decoração.
Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Rosana
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sábado, 27 de setembro de 2014

O mundo dos encantados

Os encantados e o seu mundoO mundo dos encantados é a Natureza, a Grande-Mãe, que acolhe em seu seio essa gama de seres, os mais diversificados possíveis, habitantes da terra, das águas, do ar e do fogo e, também, dos sonhos humanos, por onde muitas vezes se manifestam através de avisos, mensagens ou imagens cujo simbolismo nem sempre é fácil de traduzir, de assimilar ou, mesmo, bem compreender.
Uns, de aparência igual à nossa, porque entre nós viveram e, após cumprir a sua missão, morrer não morreram, encantaram-se ou foram encantados por um poder maior para que continuem a ver venerados e a exercer seu poderio de outros planos mais elevados, manifestando-se às pessoas através de outras (os médiuns, "cavalos", "aparelhos", "experientes", etc) ou por meio de "sinais", os mais variados ou, como já se disse, por sonhos.
Outros, fantásticos, posto que belos; uns, assustadores, de aparência beirando o repugnante, apresentam-se como são, realmente, ou metamorfoseados em humanos (homens, mulheres e crianças).
Chamados, igualmente de "entidades", encontram-se, entre os primeiros, os "caboclos e caboclas" (índios/índias), os boiadeiros(as) e, também, os "pretos(as) velhos". Entre os segundos, os "bichos-de-fundo" (boto, iara, as muitas "mães) e o povo da mata (matinta-perera, curupira, mapinguari, etc.). Menção especial será feita aos deuses-civilizadores e sua atuação, em um capítulo à parte, nesta obra. Estes serem habitam a terra, propriamente dita, as águas e as matas.
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O vento (elemento ar), em si, é o mensageiro, prenunciador de boas ou más notícias, acontecimentos, etc. Criado da "mãe-da-chuva" (Amanacy), em sua forma positiva é a brisa, a aragem matutina, vespertina e noturna; na sua forma destrutiva é o furacão, a ventania que invade todos os cantos e recantos, devastando o que encontra pelo caminho, indomável, impossível de ser controlado, sempre temido em sua fúria. No seu aspecto brincalhão quando, então, por assim dizer, é uma entidade autônoma, isto é, age por conta própria, muitas vezes chamado de "pé-de-vento" e até mesmo de caboclo Ventania (ou o "dono" do vento) surge para perturbar, principalmente, a vida das mulheres, levantando-lhes a saia, enrolando as roupas nos varais, desgranhando-lhes a cabeleira; assustando-as com um soprar rápido e gélido nos ouvidos ou nos cangotes, alertando-as, nesses casos, de que algo está para acontecer, seja de bom ou de mau; dando-lhes uma lufada no rosto, a modo um tapa, de raspão, é sinal de aborrecimento sério.
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Enquanto que para outras religiões, o fogo é o mais sagrado dos quatro elementos, sendo adorado em si ou simbolizando pelo sol e pelo raio, para o nosso índio e, por extensão, para o caboclo, carece de um significado importante ou especial.
O indígena brasileiro jamais considerou o fogo um elemento de punição, muito menos de purificação. Viu-o, sempre, através do lampejo do raio e, consequentemente, do estrondo do trovão, nem sequer como uma "entidade", mas e tão somente como a voz de um poder maior ou o "ser" que governava esse poder e o amedrontava. Nunca se soube, entre os nossos, da existência de um ritual ou de uma liturgia do fogo. Para o indígena, portanto, o fogo, em si, carece de qualquer significado que caracterizasse o bem ou o mal. Desconhece-se festa, tradição, crença ou qualquer cerimônia que prestigie esse elemento. Quem, posteriormente, atemorizou muito mais o índio com suas fantásticas histórias, foram os padres catequistas, a partir da idéia de inferno e purgatório, própria da religião cristã, mas, ainda assim, sem lograr totalmente o êxito que eles catequistas acreditavam conseguir.
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A manifestação através dos sonhos sempre foi destacada e importante desde os primórdios da humanidade. Destarte, os sonhos têm sido considerados por bruxos, xamãs, pajés e feiticeiros, em geral, como a forma mais confiável de obter-se uma visão do futuro.
Sonhar por três noites seguidas a mesma coisa é augúrio de que algo, inevitavelmente, sucederá. Eis aí um sonho de natureza profética que, se for bem interpretado, pode revelar acontecimentos próximos de modo direto ou simbolicamente.
Um sonho "elevado" é aquele onde a divindade (ou o aparecimento de imagens sagradas) apresenta-se e comunica-se, diretamente, com a pessoa em questão. No sonho "telepático", aquele que sonha capta mensagens ou energias do pensamento de outras pessoas, penetrando-lhes a mente para solucionar problemas ligados a situações atuais e de cunho imediatista. Os magos, em geral, utilizam-se destes sonhos para "prender" pessoas ou coisas e colocá-las sob o seu jugo. Um sonho "psíquico" contém avisos, mensagens e sinais importaníssimos e é sempre tão forte e tão profundo que acaba por despertar a pessoa que está sonhando pois o que lhe foi revelado exige sempre pronta ação para que tudo seja realizado a contento. O sonho "lúcido" é aquele que ocorre por vontade própria de quem está sonhando. É um sonho, por assim dizer, programado por alguém que deseja obter a compreensão máxima, por meios elevados, de algo que a esteja afligindo.
Os sonhos proféticos também podem sofrer um processo de indução através de meditações, de magia ritualística e de beberagens feitas com ervas e outros elementos, a forma mais comum, principalmente entre os xamãs e os pajés para alcançar a compreensão perfeita do que está por vir.
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Mas, é nas matas e nas águas que se encontra a supremacia dos encantados.
Assim, através do transe, da vibração e, máxime, da visualização é possível contactar-se com cada um deles. Para que tal aconteça sem perigo, é necessário uma boa preparação, maior disciplina e, principalmente, além do forte desejo, um real objetivo a ser concretizado. Entretanto, não existe, propriamente, uma hora determinada para tais acontecimentos. Explicando melhor: quando um "encantado" decide apresentar-se a alguém, seja para ajudar ou punir, ele, simplesmente, "aparece". As pessoas é que devem ter extremo cuidado porque esses "encontros", na maioria das vezes, trazem conseqüências funestas aos desprevenidos e despreparados. Tratam-se de energias fortes e poderosas que podem atuar (e atuam) positiva, negativa ou destrutivamente na pessoa dos desavisados. Ao invés, quem com eles sabe ligar, é agraciado com a prosperidade, a boa sorte e a fortuna tanto no plano material quanto no espiritual.
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Cada elemento da natureza tem o seu "dono", ou seja, seres encantados que protegem tudo quanto existe, da simples pedrinha, do pequenino curso d'água, da mais humilde planta e menor inseto às grandes formações rochosas, às majestosas cachoeiras, igarapés e rios, às mais frondosas árvores, ao maior dos quadrúpedes e das aves.
As águas e a floresta são sagradas. São, poder-se-ia dizer, um universo dentro da totalidade do Cosmos que deve ser respeitados e jamais violentado ou destruído. Infelizes daqueles que procederem à sua devastação. A natureza vinga-se e, certamente, as gerações futuras pagarão pelos erros das que as antecederam.
Os ancestrais cultuavam as árvores e, pelo que se sabe, essa foi a primeira forma de religião. Em tempos idos, sacrifícios humanos eram oferecidos aos espíritos da floresta em troca de proteção contra os infortúnios. Hoje, as coisas mudaram, mas o velho costume de bater-se na madeira com o nó dos dedos para afastar toda mazela, permanece.
Na história da humanidade, a árvore sempre representou a vida e a imortalidade e destaca-se em várias lendas antigas sendo um dos símbolos religiosos mais essenciais e, por isso mesmo, reverenciada por todos os povos do planeta.
Nos textos religiosos, em geral, árvores são mencionadas quer por suas deidades particulares, quer pelo poder que emanam, representativo da sabedoria do bem ou do mal.
Na Cabala Judaica a Árvore da Vida é um significativo diagrama místico de Deus, do Homem e do Universo. Não esquecer a Árvore que existia no Paraíso, cujos frutos, proibidos, não podiam ser consumidos. Todo mundo conhece a história. Entre os druidas, o santuário mais conhecido era o bosque sagrado de Derry e seu nome, até hoje, é invocado nas baladas célticas.
O Éden, o jardim sagrado dos índios, tem um nome sugestivo: NOÇOQUEN.
A lenda maué relata que, imemorialmente, existia esse jardim cuja guarda cabia a uma jovem e linda mulher ONHIAMUÇABÊ. Essa jovem, além de conhecer todas as plantas, servia-se de uma sabedoria esotérica que utilizava para defender-se, e não só a si, mas a toda a tribo, material e espiritualmente e, também, aos vegetais que estavam sob a sua proteção. Através dos tempos, essa sabedoria expandiu-se, mormente, entre as mulheres das diversas famílias indígenas e, se bem observarmos, ontem e hoje, a nativa amazônida não só conhece o valor terapêutico e mágico das plantas como sabe lidar com a multiplicidade de frutos, raízes e tubérculos, ampliando-lhes o sabor, o aroma e o poder de nutrição além de, muitas e, a bem dizer, a maioria possuir o dom de exorcizar forças maléficas e afastar, "prender" e neutralizar fluidos energéticos negativos/destrutivos advindos dos espíritos do ar, das águas, da terra e, principalmente do "mundo subterrâneo" no momento em que esses espíritos metamorfoseam-se em humanos, animais ou agem através de sonhos.
O deus-civilizador BAHIRA também habitava um lugar maravilhoso: o IKAVERA onde a vida era plena de felicidade; onde as plantas nasciam e cresciam sem precisar de cuidados; onde a morte não existia pois quando envelheciam ele e o povo que o acompanhava voltavam a tornar-se jovens; onde a profusão de flores e de pássaros era indiscutível.
Onde ficam esses sítios? Quem sabe? O certo é que, na selva, nesses lugares cuja localização é secreta e somente alguns índios conhecem, realmente "vivem" todos os seus deuses e heróis-de-cultura, as plantas e os animais. Uns dizem que esses paraísos ficam a leste, outros, a oeste; que a viagem até lá dura um mês ou um ano.
Muitos exploradores lá tentaram chegar e a maioria fracassou. Poucos alcançam a ventura de encontrá-los. Menos que poucos, alguns raros podem lá penetrar.
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Os encantados e o seu mundoPoderoso é o reino das águas e a sua magia. Um universo à parte cujos mistérios são difíceis mas não impossíveis de alcançar. Lembrar que uma das ancestrais da autora deste texto "via" e tudo conseguia com um copo d'água e uma vela. Água de igarapé. Sendo maior o problema, a contemplação silenciosa à beira de uma cacimba límpida (um poço sagrado) dava-lhe a pronta solução, fosse qual fosse a mazela. A água, no dizer de uma grande personalidade cristã Francisco de Assis é a nossa irmã mais humilde pois ela se suja para nos limpar. Entretanto, entre os nossos índios, infeliz daquele que suja, contamina, violenta as nossas águas.
Os YACYUARUÁ, ou "Espelho da Lua" (o lago sagrado das Amazonas) estão, por assim, dizer, espalhados por toda a região e é neles que as pajés, as "experientes", as rezadeiras e curandeiras vão mergulhar nos segredos e aprender a sabedoria dos encantados para bem resolver os problemas dos que as procuraram.
Assim foi. Assim é. Assim será. Sempre.

Encantamentos ( ou Encantações)

Encantamentos ( ou Encantações)
Encantamentos (ou encantações)Ainda que ambas as palavras sejam utilizadas, abrangentemente, em relação a amuletos, breves, orações, fórmulas etc., elas, na realidade, correspondem a cânticos ou a um conjunto de palavras consideradas mágicas que são cantadas ou declamadas como forma de encantamento em si, isto é, objetivando a que algo desejado se concretize, ou sobre amuletos, talismã, objetos, etc., não só para consagrá-los mas, e principalmente, para deixá-los carregados de energia mágica, magnética, poderosa.
Essas cantilenas, quase sempre de caráter monocórdico, à semelhança do canto gregoriano, são muito usadas pelos xamãs, pelos pajés, pelos magos, em geral, durante o processamento de rituais de magia, seja para afastar a má sorte, trazendo, ao invés, a boa sorte, de volta; seja para impedir e/ou prevenir perigos iminentes ou, ainda, para expulsar espíritos malévolos, causadores de obsessões, doenças e obtendo, destarte, a cura dos pacientes.
O contra-encantamento (ou contra-encantação) possui a mesma essência sendo usado com o intuito de neutralizar ou de reverter os funestos efeitos de outros encantamentos (ou encantações) feitos para prejudicar pessoas, casas, lugares, etc.
Todo mundo sabe que o amuleto trata-se de um objeto devidamente consagrado e carregado, por magia, de energia positiva, força e poder, servindo para trazer a boa sorte, o amor e afastar a inveja, o "olho gordo" e ingluências negativas, abrangentemente.
Dependendo da fé e da crença de cada um, quase tudo pode ser utilizado como amuleto: os breves, contendo relíquias de santos ou orações consideradas poderosas; medalhas "Agnus Dei";
imagens de anjos-de-guarda e outros santos; e outros cujo conteúdo é diversificado; figas; signos de salomão; pedras preciosas; azougue, cristais, até um osso, uma folha, um pedaço de pau. As pessoas usam-nos pregados na roupa íntima, na carteira de dinheiro, nos bolsos e bolsas, escondidos em algum lugar da casa, dentro do automóvel, do ônibus ou do caminhão, enfim...
O amuleto pode ser comprado, achado, dado ou feito. É aceito, universalmente, e difícil é não encontrá-lo na cultura de qualquer povo.
Outro tipo de amuleto é o famoso patuá que nada mais é do que uma variante do breve. O patuá, entretanto, possui uma pequena diferença, constando o seu conteúdo de ervas, flores ou raízes; dentes e ossos de animais cujo objetivo é o de atrair e reter o amor e o dinheiro e, também, o de livrar o usuário de assaltos e outros tipos de violência.
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Já o talismã é mais elaborado. Assim, terá de ser feito à mão, não importando nem a forma nem a matéria-prima. Contudo, para que atinja o seu principal objetivo é imprescindível preenchê-lo com gravações e, depois, consagrá-lo.
O talismã deve ser personalizado através de signos solares, lunares e astrológicos; data de nascimento; palavra e ou nomes considerados poderosos; números; objetivo a que se propõe ou qualquer outro dizer que, além de personalizá-lo, preste-lhe um real propósito.
Só assim o talismã terá poder.
O mais famoso (e poderoso) de todos é o gravado com a palavra Abracadabra, em forma de pirâmide invertida, num papiro consagrado. Significa: "Não me atinge".

ORIENTAÇÃO SOBRE TRATAMENTO ESPIRITUAL


1) O que é Tratamento Espiritual?
É um procedimento (ou vários) utilizado em nosso Templo, com o objetivo de auxiliar a encarnados e desencarnados que por algum motivo, estejam sendo objetos de influências negativas. O que será feito durante esse tratamento, vai depender da orientação dos mentores, de acordo com a necessidade do assistido.
Normalmente os procedimentos são:
  •             Triagem;
  •             Orientação ao assistido;
  •             Freqüência nas reuniões;
  •             Restauração bioenergética ou passes espirituais;
  •             Consulta ou visita espiritual;
  •             Identificação do problema por parte da equipe espiritual;
    Ingestão de água fluidificada, leituras evangélicas, orações constantes; banho de ervas (caso seja orientado), após um período determinado é realizada nova consulta para nova verificação.

2) Qual a finalidade desse tratamento?
Em muitos casos de influencia espiritual a pessoa apresenta uma série de sintomas/problemas de ordem espiritual, e que podem vir a ser somatizadas; o objetivo do tratamento é impedir que continue ou aumente o prejuízo causado pela influencia de algum amigo espiritual desarmonizado sobre o assistido.
O tratamento tem a finalidade de harmonizar a pessoa através da mudança do pensamento nocivo, mudança das atitudes negativas, leituras, bioenergia, orações etc. Em muitos casos de influencia, a simples modificação de atitudes negativas para atitudes positivas impede que o espírito em sofrimento prejudique o encarnado, com a mesma ênfase.
Lembrando que tudo é energia, ao modificarmos nossa freqüência positivamente, entramos em sintonia com os mentores de luz, facilitando o trabalho de auxílio e socorro aos desencarnados.

3) Se eu fizer o tratamento espiritual, serei curado?
Se você fala cura física de problemas, como doenças, eu devo dizer que não - embora haja pessoas que afirmam realizar tratamentos espirituais com incisões, cortes e perfurações no intuíto de curar doenças, mas neste caso não é tratamento, é cirurgia espiritual.
O tratamento espiritual visa "curar" os males espirituais - influencias nocivas, acúmulo de energia negativa, desequilíbrio dos centros de força, cansaço, baixa auto-estima, depressões, dores de cabeça, presenças, cansaço, irritabilidade, medo, insônia, tristeza e outros sintomas que apareçam devido a esta influencia – salientamos ainda que, todos os sintomas já somatizados no corpo físico, deverão ser acompanhados por médicos e profissionais da área da saúde, não devendo ser retirada nenhuma medicação que esteja em uso, porque teve início o tratamento espiritual.
Os dois tratamentos devem caminhar juntos e a medicação só deverá ser suspensa, por orientação médica.

4) O que a pessoa sente durante e após o tratamento espiritual?
Durante os primeiros tempos do tratamento, é natural alguns assistidos sentirem que esses sintomas se ampliam ou pioram - porque os espíritos sofredores farão de tudo para que a pessoa deixe o tratamento de melhora, sabedores de que se a pessoa melhorar não terá mais sintonia com eles.
Após o término do tratamento, se a pessoa realmente se esforçou e seguiu as orientações corretamente, esses sintomas deverão ter desaparecido ou diminuído drasticamente. Caso a pessoa não tenha se dedicado corretamente, os sintomas tendem a continuar e infelizmente isso acontece mais do que o desejado, porque nós ainda esperamos que a espiritualidade faça todo o trabalho por nós, ao invés de nos dedicarmos para a nossa modificação íntima, visando crescer em equilíbrio e auto-controle.
É importante lembrar que todo tratamento espiritual depende mais de nós mesmos, do que da espiritualidade.
Nem todos receberão o que desejam do Plano Espiritual, já que os espíritos limitam sua ajuda a vontade de Deus. É importante lembrar que nem tudo que desejas é saudável para o teu Espírito.
No entanto, garantimos que os que buscam o alimento espiritual encontrarão um agradável ponto de partida em nossa casa. Todos receberão os benefícios da Equipe Espiritual, assimilando-os de acordo com o seu esforço, padrão vibratório e receptividade.
Aqueles que realizarem os procedimentos indicados, e, com coragem, lutarem para se modificar, sentirão a diferença.

5) Quais os tratamentos existentes no Templo?
Temos no Templo os seguintes tratamentos:
  •             Restauração Bioenergética ou Passe Mediúnico;
  •             Cromoterapia;
  •             Desobsessão;
  •             Apometria;
  •             Água Fluidificada;
  •             Banhos de ervas;
 Limpeza das residências dos assistidos, pela equipe de hindus que nos assiste.

6) Qual o procedimento dos tratamentos?
Em nossa casa espírita utilizamos o seguinte procedimento como padrão para quase todos os casos (durante 07 semanas): freqüência assídua nas reuniões, aplicação de passes (bioenergia), ingestão de água fluidificada (que é levada em uma garrafa), leituras de textos e livros evangelizadores, freqüência de oração durante o dia (principalmente ao acordar e ao deitar), leitura do evangelho em voz alta no lar, banhos com ervas.
Nas semanas de tratamento os pacientes serão visitados e amparados pela equipe médica espiritual do Hospital Espiritual Seara Bendita da Luz. Não serão realizadas visitas de médiuns e não serão enviadas mensagens psicografadas para pessoas em tratamento, todo o trabalho é realizado pela espiritualidade.
Após esse período é agendada uma nova avaliação com o(a) dirigente espiritual do Templo, que se necessário, o encaminha novamente para outra sessão de tratamento ou já fica agendado o tratamento em desobsessão ou apometria, dependendo do caso.
Ao percebermos, com a ausência nas reuniões (sem aviso prévio justificável), que o assistido não se esforça e nem demonstra interesse em realizar um tratamento sério, ele irá aguardar sua vez de receber tratamento, após os que estão agendados serem tratados.
Obrigatória a Leitura do livro “Tambores de Angola” e “Corpo Fechado” de Robson Pinheiro, para os assistidos que desconhecem o tratamento realizado por amparadores da Umbanda.
Isso varia de caso a caso, da gravidade e etc. Outrossim, informamos que em nosso Templo todos são tratados com respeito e carinho, sem privilegiarmos quem quer que seja, em detrimento de outros.

7) O tratamento espiritual é pago?
O tratamento espiritual NÃO É COBRADO, não faz restrições a crenças religiosas e não cria obrigações, todos que nos procuram serão amparados de acordo com seu merecimento e a vontade de Deus.

O QUINTO NOME DE DEUS



O QUINTO NOME DE DEUS

o símbolo corresponde ao 5º Nome de Deus, que significa:
Curar Corpo Mente e Alma


A palavra hebraica “Letra” significa “Pulsação ou Vibração”, indicando um fluxo de energia. Essas letras antecederam todas as religiões; elas são formas universais, o alfabeto genético de todo o universo, para todas as pessoas, o tempo todo.

As formas, sons, seqüências e vibrações dos 72 Nomes irradiam uma ampla gama de forças energéticas. Elas atuam como antenas que estimulam e liberam as formas da mesma energia invisível da Criação. A Luz que eles emitem purifica nossos corações.

Sua influência espiritual limpa impulsos de nossas naturezas. Sua Energia Sagrada remove emoções arrebatadas e intolerantes, medo e ansiedade de nossos seres.

As letras hebraicas são instrumentos de poder. Cada letra individualmente representa uma energia específica. Cada som gerado pela vibração da pronúncia da letra representa uma força energética diferente. Além disso, a diferente combinação de letras cria diferentes tipos de energia, da mesma forma que diferentes combinações de notas musicais criam diferentes tons e melodias.
No momento em que seus olhos tocarem os 72 Nomes de D'us, uma Luz espiritual de força de brilho inimagináveis é acesa. Esta Luz incendeia a sua alma. Esta Luz elimina a escuridão do seu ego. Esta Luz dá poder ao mundo inteiro no momento em que você decide compartilhá-la com toda a existência.

Pessoas do mundo todo começam a ter esses sentimentos maravilhosos de amor, unidade e bondade sem ter que sofrer antes, por causa unicamente da sua meditação concentrada sobre estes Nomes.

1 - Como escanear as Letras
Devemos olhar para as letras e imaginar a Luz de cada uma delas vibrando dentro de nós, nos iluminando. O escanear é de trás para frente das letras do Nome. Este ato de passar os olhos nas letras é chamado pelos cabalistas modernos de "escanear" as letras, nome o qual nasceu do "scanner" de computadores, o qual lê fotografias e textos. Assim, ao meditar, passe os olhos nas letras como se fosse um "scanner", imaginando que a imagem destas letras resplandece em Luz dentro de você.

O jeito correto de escanear as letras é visualizar cada uma delas. O escanear é de trás para frente das letras do Nome, com o fim de acessar a energia atemporal. Esse mesmo sentido de leitura é o sentido natural do hebraico antigo, no qual as letras foram escritas.

Ao olharmos as letras nesta ordem estamos informando a nosso cérebro e a nossa alma que pretendemos acessar uma energia a temporal. E, como este acesso se dá além dos limites do tempo-espaço, a energia divina pode ser trazida por nós em sua forma totalmente pura e ser utilizada imediatamente em nossas vidas, sem culpa, méritos ou julgamentos pessoais.


Fonte: Texto extraído da Comunidade Movimento e Sentido

SIGNIFICADO DO SÍMBOLO OM



SIGNIFICADO DO SÍMBOLO OM
Etimologia: AUM

Sua origem é Hindu e essa sílaba única, “OM” vem dos Vedas. Como uma palavra sânscrita, significa avati raksati – aquilo que lhe protege, lhe abençoa. ”aquilo que protege, sustenta”. É considerado o som mais próximo da palavra divina, e a origem de todas as demais. Segundo o Mandukya Upanishad, OM é aquele que existiu e existirá sempre.
A sílaba OM é considerada por várias escolas, mestres e tradições o som primordial do Universo. Assim, pode-se afirmar que OM é o princípio, meio e fim. É a totalidade. É chamado na Índia por mátriká mantra, o som matriz matriarcal que tudo originou. Nos Vedas, é definido como “aquele que tudo inclui, a origem e o fim do Unverso”, é sílaba de invocação, afirmação e bênção solene.
É o som-semente que desenvolve o centro de força da “Terceira Visão”, responsável pela intuição, meditação e pelos fenômenos da telepatia e clarividência. É o primeiro dos símbolos sagrados na Índia que possui a força de ser a descrição visual do som cósmico, do qual toda a matéria e o espaço são originados.
No seu som monossilábico, contém Brahman ou o universo inteiro em sua energia. O universo inteiro significa não somente o universo físico, mas também a experiência dele. Ele é, também, a primeira evocação que é cantada para evocar os deuses numa oração. Seu motivo pode ser visto em pórticos, portões, templos, livros em geral, textos religiosos, em berços de recém nascidos e em roupas cerimoniais, numa grande variedade de cores e com muitos tipos de enfeites.
OM é a contração da palavra SOHAM e é, assim, o Som Primordial, o sopro vital, o som de vida. Ele equilibra o Ser dando-lhe todo o seu poder estabelecendo a harmonia entre os diversos veículos do homem integral nas suas três divisões fundamentais (corpo, mente e espírito). Por outro lado, sendo o som mais puro que existe, ele regenera o homem a todos os níveis e situa-o no plano divino. OM é, por excelência, o som universal de meditação, aquele que dá progressivamente acesso as mais altas realizações espirituais.

Dentro do símbolo há os cinco elementos do Universo – terra, fogo, ar, água e éter.
Confome o mestre hindu Pranavopanishad:

  1. “A” é nirman (criação de tudo), é Brahma, o criador e a Terra.
  2. “U” é shiti (conservação do Universo), é Vishnu, o preservador.
  3. “M” é pralaya (transformação do Universo), é Shiva, o destruidor e a iluminação, na existência tudo é regido por estas três energias: criação, preservação e destruição.

Finalizando, para JungOM significa “o som que a natureza faz quando está em harmonia consigo mesma”.

(Fontes: Symbolom, Paula Soveral e Livro ” Joseph Campbell Vida e Obra”)

significa “TRANSCENDER”, ou seja, ir além dos limites da matéria através do som do atabaque, ou de qualquer outro som que sirva como fonte de ligação entre o material e espiritual, para a realização das nossas atividades em prol dos que necessitam. Dessa forma, assim como as missas da Igreja Católica ou de outras religiões possuem o seu canto de acordo com o ato litúrgico, nós também temos em nossas canções o encontro com nossos protetores, Orixás e guias espirituais, comungando a fé em Jesus Cristo (Oxalá), o que nos auxilia a manter uma vibração homogênea de gratidão e confiança no Altíssimo. Esse é um processo que caminha de dentro para fora. Os cantos entoados com o som do atabaque, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando – os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como, os toques dos atabaques atuam nos chacras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.
Os mantras ou pontos cantados, são expressos através de uma série de sílabas e palavras ritmadas, acompanhadas por palmas e instrumentos musicais específicos, como por exemplo os atabaques. Sua finalidade é a de invocação, através do som e da energia mental, da vibração cósmica dos Orixás e/ou de Entidades espirituais.
O mantra é ainda mais poderoso do que um som comum: é como uma porta que se abre para a profundidade da experiência. Visto que os mantras não têm sentido conceitual, não evocam respostas predeterminadas. Quando entoamos um mantra, ficamos livres para transcender os reflexos habituais. O som do mantra pode tranqüilizar a mente e os sentidos, relaxar o corpo e ligar-nos com uma energia natural e curativa." As ondas energéticas – sonoras emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão dissolvendo formas – pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba tranforma – se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do templo, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.”O mantra “OM” também se encontra na frequência sonora dos nossos atabaques. O plano espiritual da nossa casa nos orienta a trabalhar na ascensão de nossa alma imortal, em nome do amor e da caridade universal.

SELO DE SALOMÃO OU ESTRELA DE DAVI



SELO DE SALOMÃO OU ESTRELA DE DAVI
Duplo triângulo eqüilátero entrelaçado, ou então a estrela de seis pontas. Este símbolo é freqüentemente representado com um triângulo de cor branca e outro de cor negra.
Trata-se de um diagrama de profunda significação oculta, simbolizando, entre outras coisas, a união do espírito com a matéria.
O Selo de Salomão é o maior símbolo do Judaísmo. Também chamado de Estrela (ou escudo) de Davi, representa os elementos do universo água, fogo, terra e ar, sendo seus símbolos variações do triângulo. Mas não se pode afirmar que foi realmente o símbolo do Rei Salomão nem o do Rei Davi.

  1. Chama Azul – Primeiro Raio (O Despertar da Fé)
  2. Características – Poder Divino, Força, Fé
  3. Arcanjo – Miguel, Libertação pela Fé
  4. Características – Espada, Ação
  5. Local – Templo na Índia (aos pés do Himalaia)
  6. Energia desta Chama – Entrega da vontade humana à Vontade Divina

A Chama Azul é a manifestação do Primeiro Raio da Fraternidade Branca, evoca o Poder Divino. Esta chama dá sustentação a toda a manifestação da vida, sem sua presença não haveria vida, é preciso crer, é preciso manifestar a Chama Azul que está associada a fé, a crença no poder divino.

YIN - YANG



YIN - YANG
Símbolo chinês da distribuição dual das forças universais, compreendendo o princípio ativo ou masculino (Yang) e o feminino ou passivo (Yin). Este símbolo tem a forma de um círculo dividido por uma linha sigmóide, e as duas partes assim formadas possuem, quando observadas, uma tendência dinâmica, o que não seria possível se o círculo fosse dividido por uma linha reta (diâmetro).
O Yin-Yang é o símbolo do Taoísmo, uma das mais conhecidas religiões dharmicas. Um círculo dividido ao meio por uma linha ondulada; uma metade é negra (yin) e a outra é branca (yangh). Cada metade tem também um pequeno círculo da cor oposta, ou seja, a metade branca tem um círculo negro e a negra tem um círculo branco. Esse símbolo representa o equilíbrio das forças positivas e negativas do universo: a metade negra representa o negativo, o escuro, o noturno e o feminino e a metade branca representa o suave, o iluminado, o diurno e o masculino. O círculo menor representa a presença de cada um no outro.
O mal e o nocivo não são o yin, mas o desequilíbrio entre os dois pólos yin-yang e o bem não é o yang, é o equilíbrio dinâmico entre estes dois pólos arquetípicos que formam o Tao. Na concepção chinesa, todas as manifestações do Tao são geradas pela interação dinâmica desses dois pólos arquetípicos, os quais estão associados a numerosas imagens de opostos colhidas na Natureza e na vida social. É importante, e muito difícil para nós, ocidentais, entender que esses opostos não pertencem a diferentes categorias, mas são pólos extremos de um único todo. Nada é apenas yin ou apenas yang. Todos os fenômenos naturais são manifestações de uma contínua oscilação entre os dois pólos; todas as transições ocorrem gradualmente e numa progressão ininterrupta. A ordem natural é de equilíbrio dinâmico entre o yin e o yang.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A BENZEDURAS


No último quartel do século XIX, até os anos quarenta do século XX, a população de Tramandaí e do litoral gaúcho, por falta de assistência médica e pela forte tradição que seus antepassados portugueses e açorianos trouxeram do além-mar, recorriam a benzeduras e a tratamentos alternativos com ervas e simpatias, na esperança de curar suas mazelas.
A religiosidade dos primeiros habitantes do litoral era muito forte. O praiano ficava isolado nos dez meses da baixa estação. Para compensar a carência de assistência religiosa, pois pároco de Osório atendia as praias apenas em determinadas datas, surgiam lideranças na comunidade, como as rezadeiras de terços que também encomendavam defuntos e rezavam terços nas novenas e em velórios. As famílias combinavam encontros para rezarem o terço, tão apreciados pela comunidade de fé que buscava em Jesus e em Maria, o consolo para seu sofrimento.


BENZEDEIRAS DO INÍCIO DO SÉCULO XX EM TRAMANDAÍ.

Benzedeiras eram mulheres com dons especiais, nas quais as pessoas depositavam muita fé. A fórmula da benzedura é como uma oração e apresenta certo ritmo e uma maneira especial, no falar da benzedeira. Nos povoados, sempre havia algumas benzedeiras, procuradas pelos moradores, por seus prodígios de cura. Em Tramandaí havia D. Aninha, o Sr. Zeca Nunes, a Clara de Oliveira, Dª.Filuta (Altiva de Souza Neto) e outras.
Havia também as parteiras, mulheres que a dura vida forçou a desempenhar essa atividade e que se tornavam experientes e respeitadas pela população: D Alicinda, Antônia “gringa”, filha de Alicinda e irmã de Clara,
Para cada tipo de mazela, havia um tipo de oração. Na verdade, de tanto ouvir a benzedeira, pessoas da família aprendiam tais orações. Na ausência de uma benzedeira conceituada, alguém tentava benzer, testando seus poderes curativos.
Dª. Filuta, cujo nome era Altiva de Souza Neto, também benzia, quando se fizesse necessário. Certa ocasião, a autora desta obra, gravou uma entrevista que fez com esta senhora sobre benzeduras. É muito interessante, porque a benzedeira se concentra convicta do que está fazendo e, com muita fé, desempenha o seu papel. Para cada mal há uma fórmula de oração e material específico a ser utilizado. Existe todo um ritual, por exemplo, se alguém vai se benzer de quebranto, coloca três galhos verdes dentro de um copo com água, cuidadosamente providenciados pela benzedeira. O ambiente é de silêncio e compenetração. O doente coloca-se diante da benzedeira de forma compenetrada, de entrega. O rito começa com o sinal da cruz. No caso da benzedura de quebranto, a benzedeira retira do copo com água o primeiro galho verde e, � medida que reza, vai batendo delicadamente com o pequeno ramo verde, em cruz, aspergindo água sobre a pessoa que se deixa benzer. A reza é feita com concentração e de forma declamada com ritmo e entonação especial, parecendo vir lá dos ancestrais, do outro lado do mar...
Dizem... Quando a pessoa está “carregada de quebranto ou mau-olhado”, a benzedeira boceja muito, durante a benzedura e o galho, inicialmente verde e viçoso, fica murcho. Daí, a expressão: Estás necessitando que te passem o galho!...
Para ilustrar, segue o registro de fórmulas verbais de benzeduras, proferidas por Dona Filuta. As transcrições foram registradas, respeitando-se o modo de falar da benzedeira:
Obs.: As definições das doenças foram transcritas do Dicionário Aurélio, para maior entendimento do leitor.


BENZEDURAS

Erisipela: inflamação aguda da pele, em geral, dos membros inferiores, caracterizada por calafrios, rubor local intenso e febre alta.
:
A benzedeira sempre faz o sinal da cruz no início e no final da oração. Depois, em voz alta, profere a fórmula específica da benzedura:

- “Esipla, esiprela”, que veio fazer aqui? Eu sou um raio que te veio partir.
- Se mandaram um raio para me partir, eu quero derreter daqui, da perna do fulano como o sal derrete na água.
- Com nome de Deus e da Santíssima Trindade.
Sinal da cruz.

Dor de dente

Sinal da cruz.
Ia Jesus pelo caminho com seus apóstolos. Encontrou com Pedro sentado em uma pedra.
- O que tens, Pedro, com tua boca aberta, teus olhos chorando?
- É dor de dente, Senhor.
- Eu te benzo de dor de dente que passa, de bicho que morra, de sangue que desça. Com nome de Deus e das três pessoas da Santíssima Trindade.
Faz o sinal da cruz.


Sangue (hemorragia)

Sinal da cruz.
Lucas e Mateus cortam mato em campos seus.
O Lucas cortou-se, Mateus benzeu:
-Sangue, fonte natural,
Como Jesus no seu altar.
Sangue, fonte do teu corpo,
Como Jesus Cristo foi morto.
Sangue, fonte de .........(?) (inaudível na gravação).
Jesus Cristo viu nascer.
Assim eu te benzo com essas palavras e as três pessoas da Santíssima Trindade.
(Rezam-se algumas Ave-Marias em louvor a um Santo).

Insolação, flato, hemorragia, ar.

Insolação: demasiada exposição da pessoa ao sol.
Flato – dor que se sente perto da região do coração.
Hemorragia - perda de sangue.
Ar - repuxos da boca para um lado do rosto, decorrente de se estar em lugar quente e, de repente, se expor ao frio.

Material: um vidro pequeno com água e um lenço branco dobrado em quatro partes.
O lenço dobrado é colocado sobre a cabeça da pessoa que vai ser benta. Sobre este, no momento da benzedura, vira - se o vidro cheio de água, pressionando-o, delicadamente, sobre o lenço para que a água não fuja.
Sinal da Cruz
Deus é o sol. Deus é a lua. Deus é a claridade. Deus é a verdade.
Se tem ar, ou flato, ou sangue, ou sol.
Ou ar do dia, ou ar da noite,
Ou ar das estrelas, todos os ares.
Peço a Jesus Cristo, com suas mãos, retirar do corpo do (fulano) o sol.
Em nome de Deus e da Santíssima Trindade.
Reza - se a seguir: Três Ave - Marias e um Creio, oferecendo - se ao Santo da devoção.
Sinal da Cruz.

Rendidura, torsão mau jeito. Esta benzedura é feita em forma de diálogo entre a benzedeira e a pessoa que se deixa benzer.
Material: uma agulha com linha e um pano. Enquanto a benzedeira profere as palavras, costura o pano como se estivesse consertando a parte doente (nervo rompido, pisado... dor na coluna...)
Sinal da Cruz
- Que coso?- pergunta a benzedeira.
- Nervo torto, osso rendido e carne quebrada (responde a pessoa).
E a benzedeira continua:
-Carne quebrada que solda,
Nervo torto que se endireite,
Osso rendido que volte ao lugar.
Com essas palavras de Deus e da Virgem Maria, tudo vai ser curado em teu corpo. Tudo vai ser soldado, com o nome de Deus e as três pessoas da Santíssima Trindade.
Após a reza, guarda - se o pano costurado para ser reutilizado por mais duas vezes.
Benze - se na segunda, na terça, e na quarta - feira.




Tempestade

Sinal da Cruz - A pessoa se benze e se volta para o lado em que se arma o temporal. Com a mão erguida faz uma cruz no céu, dizendo as seguintes palavras:
Santo Antônio pequenino,
Levantou – se e se vestiu.
Seu caminho caminhou.
Seu bordão na mão pegou.
Encontrou Nosso Senhor.
-Ó Santo Antônio, aonde vais?
-Senhor, eu vou ao céu espalhar a trovoada...
Que anda no Mundo desacordado.
-Ó Santo Antônio, espalha bem,
Lá pras bandas do Jordão
Que não caia pó nem grão
Em nenhum filho cristão.
Com o nome de Deus e as três pessoas da Santíssima Trindade.
(Repete-se três vezes esta oração)


Tempestade (outra fórmula):

Santa Bárbara levantou - se
Se vestiu e caminhou,
Seu condão na mão pegou
- Onde vai, Santa Bárbara?
- Eu vou lá no céu.
- Fazer o que Santa Bárbara?
-Espalhar a trovoada.
- Que saia tudo pras bandas do Jordão. Que não caia temporal sobre filhos de Cristão. Em nome do Pai e das três pessoas da Santíssima Trindade.

No livro Crenças Populares II, p.172, da Ilha Terceira (Açores), encontra-se uma benzedura muito semelhante a que D. Filuta recitava. Em todas elas permanece a rima e ritmo. Vejamos:
Santa Bárbara Virge
Se ergueu e se calçou,
Seu bastão na mão tomou
A Virge Maria encontrou
E perguntou-lhe:
Onde vais, Bárbara Virge?
Vou ao céu amansar as trovoadas,
Que elas vêm mui bravas.
Mandá-las para o monte marinho
D’onde não há pão nem vinho,
Nem gente da cristandade.
Me valham as Três pessoas
Da Santíssima Trindade.

O poder das Rezas e Benzeduras


BLOG GRANDE INTERNO_O PODER DAS REZAS E BENZADURAS

Sabemos que a maioria das benzedeiras brasileiras confia no poder das rezas e benzeduras contra o chamado “quebranto”, isto é, pessoas que colocam um olhar diferente sobre você.
Benzer significa abençoar o outro com o poder da oração eliminando toda a energia negativa enviada por alguém. Sua mãe e a sua irmã mais velha podem ser consideradas suas benzedeiras, por exemplo.
Quando falo de energias negativas, menciono os bombardeios contra os nossos chackras, emissão de maus fluídos entupindo o nosso baço, que é responsável pela nossa circulação sanguínea, e o famoso “mau-olhado” lançado por pessoas invejosas, infelizes e ciumentas.
Vale aqui o exemplo de certas plantas e flores que murcham e adoecem, os pelos dos animais que caem, as aves que morrem, após receber energias negativas.
Isso vale também para nós, seres humanos, nos deixando fracos, sonolentos, inquietos, melancólicos, tristes, muitas vezes com insônia, dores no corpo, sem vida para nada. É o famoso “olho gordo” à vista, sem sequer um pedido de licença para nos atacar.
Mas a boa notícia é que existem algumas formas de você se proteger. São elas:
1.  Energização da água
A água abençoada e energizada é considerada uma poderosa energia de cura contra os males do corpo e da alma. Faça a Água Energizada do Dr. Bezerra de Menezes. Na manhã seguinte, tome três goles dessa água sem colocar os pés no chão. O restante, passe no local onde estiver com problema (perna, braço, cabeça).
2. Para “mau-olhado”
Molhe na água energizada um galho de alecrim. Em torno da pessoa com o “mau-olhado” faça o sinal da Cruz (frente, costas e frente) dizendo:
“Eu te benzo e retiro o mau-olhado com os Santos de segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo! Deus te olhe! Que saia o mau-olhado de teus ossos, vá para a pele e de lá para o Universo”!
Em seguida, ore três vezes o “Pai Nosso” e três vezes a “Ave-Maria”.
3. Para seu filho ser aprovado em uma prova
Para que o filho seja aprovado em uma prova, por exemplo, a mãe deve colocar as mãos sobre os joelhos do filho e orar com muita fé o “Pai Nosso” como benzimento.
4. Limpeza do “alho”
Se seu filho anda triste, mal e esgotado, a mãe deve pegar um dente de alho, mordê-lo e posicioná-lo no pé da criança fazendo nove vezes o sinal da cruz e orando com muita fé o “Pai Nosso”. Em seguida, jogue o dente de alho no lixo.
5. Para ativar a memória
Para que seu filho estude bem, memorize facilmente as informações, peça a ele vestir uma camiseta de cor amarela antes de estudar. Outra sugestão é colocar quatro folhas de Lavanda dentro do travesseiro dele. Certamente, ele dormirá melhor e também é excelente para a memória.
6. Banho de “Jesus”
Você precisará de boldo e água. Em uma sexta-feira, macere um punhado de boldo em um litro de água morna. Coe e jogue da cabeça até os pés. Esse banho transmutará a paz em.
7. Para manter a sua casa limpa
Em uma segunda-feira, pegue um ramo de salsinha e passe em todos os batentes das portas de sua casa em forma de cruz, orando o “Pai Nosso”. Deixe a sala por último. Após esse procedimento, pique o ramo de salsinha e jogue-o fora. Em seguida, pegue uma Espada de São Jorge, passe em todos os batentes das portas, orando um “Pai Nosso”. Jogue também esse galho fora, ao terminar.
8. Cortando o mau olhado
Ore todos os dias os Salmos 23 e 91. Peça também a mãe ou para a irmã mais velha cortar um galhinho da pimenteira e de ponta para baixo, fazer o sinal da Cruz na região da cabeça, abdômen e pés orando um “Pai Nosso”, frente e atrás da pessoa. Jogue no lixo o galhinho carregado.
9. Para combater a Psoríase
Psoríase é uma doença inflamatória da pele e um dos fatores para o seu surgimento é o estresse total. Primeiramente, você deve fazer terapia.
Outra sugestão, pegue uma cebola pequena e um punhado de galhos de alecrim, um pouco de fubá e mergulhe tudo dentro do azeite de oliva. Deixe essa mistura dois dias de repouso. Passe esse unguento todos os dias na região do corpo afetada pela psoríase.
Além disso, faça 16 vezes A Hora da Misericórdia.
10. Utilize um Cristal Lemuriano
O Cristal Lemuriano é um agente de cura metafísico. Era um dos elementos usados na antiga civilização de Atlântida e Lemuria e representa a cura universal.
Coloque a ponta oval em cima da sua dor por cinco minutos orando o Pai Nosso. E assim o faça em todos os pontos de dor.
Outra forma de utilizar é colocá-lo dois minutos em cada chakra. Ajudará a aumentar a sua produção de energia, a colocar você em contato com o seu lado espiritual, a diminuir os pensamentos negativos e a eliminar miasmas cármicos.
É importante saber que enquanto não está sendo utilizado, o cristal funciona como um produtor de energia positiva, amor e saúde para a sua casa. Para isso basta deixá-lo na cabeceira da cama.
Como Limpar
Segure o cristal sob água corrente durante alguns minutos e coloque-o sob o Sol e a Lua para energizá-lo e recarregá-lo. Faça uma vez por mês no primeiro dia de Lua Cheia.
Como Ativar
Segure o cristal nas mãos e diga em voz alta: “eu dedico esse cristal a paz maior, a Deus e seus mensageiros para que todos que entrarem em contato com ele sejam beneficiados.”
11. Para você atrair boas companhias
São Pedro foi pescador e seguiu Jesus Cristo e São Paulo foi soldado e também seguiu Cristo. Ore para São Pedro e São Paulo dizendo:
“Fazei Senhor que eu (seu nome) encontre como São Pedro e São Paulo o caminho correto a seguir”.
Em seguida, ore três vezes o “Pai Nosso”.
12. Para manter a família unida
Ore para São José dizendo: “São José nos uma, nos defenda e nos salve da maldade alheia!”
Em seguida, ore três vezes o “Pai Nosso”.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Vela Vermelha na Magia Cigana


Uma das cores de velas mais usadas na magia cigana é a vermelha, isto porque a grande maioria das entidades espirituais manipula a energia que falta ao indivíduo que requer um encantamento, mesmo sem este saber a verdadeira raiz de seu problema.

O vermelho é salutarmente indicado para quem precisa de intensidade, dinamismo, energia e iniciativa para agir em determinadas circunstâncias. Como é a cor do vigor sexual, da paixão e da sensualidade, esta nuance potencializa tais práticas, ativando o magnetismo pessoal e, consequentemente a auto-estima. Ajuda na aproximação com outra pessoa, auxilia os encontros efêmeros, mas não é apropriada para velar o amor.
A vela pigmentada de vermelho anula a moleza, a apatia e a introspecção. Está muito ligada à matéria, ao físico. E por ser uma cor quente e forte, deve ser usada com moderação, sob o risco de emanar hostilidade, causando comportamentos adversos ao desejado. Este tom irradia autoridade, ou seja, faz com que uma pessoa exerça poder sobre outra, sendo assim, em qualquer relação a dois, pode causar desequilíbrio. Também é uma cor de proteção contra diversos feitiços, a exemplo da inveja e do mal-olhado. Quando usada pelos malfazejos exploram a vingança, a aversão e a ira por meio deste matiz.
Acender uma vela vermelha é ligar-se a manifestação de uma força atuante, ao movimento, ao comportamento viril e ao combate em vários níveis!
  • Valéria Fernandes
Pintura Cigana de Elżbieta Brożekhttp://www.losciganos.blogspot.com.br/search?updated-max=2010-12-03T16:30:00-03:00&max-results=100&reverse-paginate=true