segunda-feira, 10 de março de 2014

A CLARIVIDÊNCIA

Existem diferentes meios para desenvolver a Clarividência. Os mais potentes são ligados à fixação de uma fonte luminosa: a chama de uma vela, o reflexo da lua sobre uma bandeja de prata, o reflexo do sol sobre a água…
Os videntes que utilizam uma bola de cristal, um dos apoios mais populares, têm por hábito colocar velas por trás desta. E é no fosféno assim gerado que obtêm visões.
As formas-pensamento

O termo «vidência» poderia ser substituído mais precisamente por «leitura das formas-pensamento». Seria mais conforme a teosofia que explica que cada vez que uma pessoa pensa em algo, a imagem do seu pensamento é criada na matéria subtil e permanece na sua aura. O médium apercebe esta forma de pensamento no seu caos visual.
Assim, um arquiteto cujo projeto é construir uma casa, representa-a primeiro mentalmente. Imagina a conceção do conjunto, seguidamente os detalhes, as dificuldades que vai encontrar, as soluções eventuais a trazer, criando assim uma forma-pensamento do seu projecto na sua aura. Este último contém também — embora mais claramente — as formas-pensamento dos seus colaboradores e mais ligeiras ainda, as formas-pensamentos das outras pessoas que trabalham sobre o projeto.
Assim, a grande maioria dos Videntes lê as formas-pensamento dos seus consultores o que, naturalmente, é sujeito a caução, na medida em que é fácil cometer erros de interpretação. São no entanto autênticos fenómenos de vidência.
No Curso completo do FOSFENISMO, o Dr. LEFEBURE faz a suposição seguinte: a vítima de um roubo vai a um chefe religioso africano para conhecer a identidade do ladrão. Este fixa o reflexo do sol sobre a água da cabaça e transmite a vidência ao consultor, da mesma maneira que Nostradamus fez com Catarina de Médicis. A vítima pode então ver o ladrão no reflexo do sol sobre a água, porque tudo o que é fénico é transmissível por telepatia. Mas suponha agora que esta pessoa tenha já suspeitos sobre a identidade do ladrão. Que estes sejam fundados ou não, vai criar uma forma-pensamento que o chefe religioso pode perfeitamente captar o que torna a vidência sujeita à caução, ao erro.
Narrativa de Daniel Stiennon

Encontrei a Senhora Gisky, da qual um Doutor Lefebure me tinha feito elogios. Quando era criança, tinha desenvolvido faculdades de vidência pela prática instintiva do FOSFENISMO. Todas as crianças que jogaram com os fosfénos e utilizaram a função do ritmo-fosfénica do cérebro desenvolveram para a vida inteira as faculdades de adivinhação. Porque esta prática permite desenvolver as faculdades de vidência autênticas.
A maior parte da nossa conversa, que durou três horas, foi sobre os perigos da vidência. Eis algumas das suas frases que me pareceram cheias de bom senso e sabedoria. Compreendo agora as razões que levaram o Doutor Lefebure a falar do seu caso no FOSFENISMO e da origem das religiões. Esta mulher merece ser frequentada: As palavras que pronuncia são de uma incrível riqueza.
«(…)Estas faculdades não são um poder, mas devem servir para orientar o futuro.»
«Previno-vos: a vidência; é perigosa. Aprendi a servir-me da vidência diferentemente.
Na sala Psyché, as minhas colegas não me compreendem quando falo dos perigos da vidência.»
«…É necessário viver melhor as coisas para as compreender.»
«Não é necessário deixar prever o futuro pelos outros. Cada ser pode fazê-lo para si próprio!»
«É necessário estar à escuta de si. É necessário procurar… no fosféno.»
Eis uma anedota que me contou:

«Um dia, uma senhora vem para uma consulta. Quando a consulta de vidência terminou, no momento de sair, a senhora diz-me:
- Você é uma má vidente. Não respondeu ao que eu esperava. No entanto, tinham-me dito que era das melhores.
- Mas, cara Senhora, respondi-lhe, sei muito bem porque veio: deseja que lhe dê a data da morte do seu marido!
- Ah, vê efetivamente que pode ver.
- Sim, certamente, mas quem diz que não é você que vai morrer primeiro.
Um pouco atordoada por esta observação, a consultante fica sem palavras.
-  Há mais de quinze anos, foi a uma vidente que lhe disse que o seu marido ia morrer, sem lhe dar uma data. Desde aí, foi de vidente em vidente, com a esperança de obter a data. E cada vidente consultada disse-lhe ver a morte do seu marido. Tudo isto porque a primeira vidente lhe disse que o seu marido ia morrer. Certamente que vai morrer, como você um dia e nada diz que será antes de si.
Mas criou esta forma-pensamento porque foi impressionada pela previsão da primeira vidente que, ia no seu sentido, e os outros Videntes não fizeram que captar esta ‟forma-pensamento”. E tudo isto porque, desde há quinze anos, tem um amante!
- Quinze anos perdidos e desperdiçados porque correu após uma resposta da qual não tinha necessidade para alterar de vida. Crê realmente que tem necessidade da morte do seu marido para viver com o seu amante? …»
Concluiu assim:
«Acontece-me mesmo, ver na aura das pessoas os apoios dos quais se serviram meus confrades durante a sessão de vidência. Vai mesmo até ver, durante uma consulta com o tarô, por exemplo, que cartas saíram e ver a vidente fazer a leitura das cartas.»
«(…) cheguei a um nível que me permite não cair mais neste tipo de armadilha e ver realmente outra coisa.»
Exercícios:

Para este exercício, prepare com que escrever.
Escolha um assunto espinhoso: um conflito, uma preocupação, um projeto…
Faça um fosféno concentrando-se sobre esse tema.
Na presença do fosféno, note todas as ideias que surgem.
Exercício de treino à vidência

Tenha com que escrever.
Escolha uma pessoa sobre a qual deseja ter uma vidência.
Primeiro fosféno:

Fixando ao mesmo tempo a lâmpada, comece a deixar vir ideias, impressões, sensações em relação com esta pessoa.
Apague a lâmpada.
Continue a deixar evoluir o pensamento na presença do fosféno.
Pense em lembranças em relação com essa pessoa.
Anote os elementos importantes que vieram à mente.
Segundo fosféno:

Acenda a lâmpada e durante a fixação, pense no que acabou de escrever. Procure ver a pessoa em diferentes circunstâncias, diferentes contextos. Deixe assim evoluir os pensamentos.
Apague a lâmpada.
Outra vez, anote as ideias novas que surgiram
Terceiro fosféno:

Acenda a lâmpada e fixando ao mesmo tempo a luz, continue a pensar no que acabou de escrever.
Apague a lâmpada.
Pense nas lembranças que lhes parecem mais nítidas e faça perguntas.
Primeira pergunta: Qual é o seu caráter?
Deixe vir as ideias e as impressões ligadas a esta pergunta. A imagem desta pessoa vai transformar-se para ir no sentido da exteriorização do seu caráter.
Procedendo assim e fazendo múltiplas perguntas, observará uma transformação da imagem que se fez da pessoa e às vezes, num sentido que pode surpreendê-lo(a).
Anotem com cuidado as novas impressões.
Quarto fosféno:

Acenda a lâmpada e durante a fixação pense no que escreveu.
Apague a lâmpada. Feche os olhos. Faça a pergunta seguinte:
Quais podem ser as suas inspirações profundas, as suas tendências?
Observe a evolução dos pensamentos. Isto pode levá-lo a aperceber a pessoa numa atividade de lazer que não pratica ainda, mas que lhe conviria perfeitamente.
Se custa a ver as cenas, ter visões ou flashes, faça perguntas.
Esta experiência terminada note com cuidado a natureza das imagens que lhe passaram pela cabeça, bem como as impressões e as sensações que suscitaram.
Quinto fosféno:

Agora, de maneira panorâmica, vai deixar vir a si todos os pontos fortes que se puderam revelar desde o início desta Conjugação em cascata.
Anote uma última vez as ideias principais que se libertam desta última Conjugação. Deste conjunto de notas, emergem às grandes tendências da pessoa escolhida.
Análise

Pôde certamente observar uma grande diferença entre a reflexão habitual sem o fosféno e a reflexão em presença do fosféno. As primeiras ideias que se impõem não são as mais originais; mas já são melhor organizadas e inserem-se num contexto muito mais lógico. A diligência lógica e o raciocínio são de melhor qualidade; e pode-se geralmente observar uma ou duas ideias novas cuja qualidade é melhor que habitualmente. Durante os fosfénos seguintes, as ideias ganham em força e originalidade.
Quando quiser obter respostas aos problemas colocados pelos seus consultores, pense pôr no fosféno o que a pessoa acaba de vos expor. Obterá muito mais soluções pelas associações de ideias.

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