Os videntes que utilizam uma bola de cristal, um dos apoios mais populares, têm por hábito colocar velas por trás desta. E é no fosféno assim gerado que obtêm visões.
- As formas-pensamento
Assim, um arquiteto cujo projeto é construir uma casa, representa-a primeiro mentalmente. Imagina a conceção do conjunto, seguidamente os detalhes, as dificuldades que vai encontrar, as soluções eventuais a trazer, criando assim uma forma-pensamento do seu projecto na sua aura. Este último contém também — embora mais claramente — as formas-pensamento dos seus colaboradores e mais ligeiras ainda, as formas-pensamentos das outras pessoas que trabalham sobre o projeto.
Assim, a grande maioria dos Videntes lê as formas-pensamento dos seus consultores o que, naturalmente, é sujeito a caução, na medida em que é fácil cometer erros de interpretação. São no entanto autênticos fenómenos de vidência.
No Curso completo do FOSFENISMO, o Dr. LEFEBURE faz a suposição seguinte: a vítima de um roubo vai a um chefe religioso africano para conhecer a identidade do ladrão. Este fixa o reflexo do sol sobre a água da cabaça e transmite a vidência ao consultor, da mesma maneira que Nostradamus fez com Catarina de Médicis. A vítima pode então ver o ladrão no reflexo do sol sobre a água, porque tudo o que é fénico é transmissível por telepatia. Mas suponha agora que esta pessoa tenha já suspeitos sobre a identidade do ladrão. Que estes sejam fundados ou não, vai criar uma forma-pensamento que o chefe religioso pode perfeitamente captar o que torna a vidência sujeita à caução, ao erro.
- Narrativa de Daniel Stiennon
A maior parte da nossa conversa, que durou três horas, foi sobre os perigos da vidência. Eis algumas das suas frases que me pareceram cheias de bom senso e sabedoria. Compreendo agora as razões que levaram o Doutor Lefebure a falar do seu caso no FOSFENISMO e da origem das religiões. Esta mulher merece ser frequentada: As palavras que pronuncia são de uma incrível riqueza.
«(…)Estas faculdades não são um poder, mas devem servir para orientar o futuro.»Eis uma anedota que me contou:
«Previno-vos: a vidência; é perigosa. Aprendi a servir-me da vidência diferentemente.
Na sala Psyché, as minhas colegas não me compreendem quando falo dos perigos da vidência.»
«…É necessário viver melhor as coisas para as compreender.»
«Não é necessário deixar prever o futuro pelos outros. Cada ser pode fazê-lo para si próprio!»
«É necessário estar à escuta de si. É necessário procurar… no fosféno.»
«Um dia, uma senhora vem para uma consulta. Quando a consulta de vidência terminou, no momento de sair, a senhora diz-me:Concluiu assim:
- Você é uma má vidente. Não respondeu ao que eu esperava. No entanto, tinham-me dito que era das melhores.
- Mas, cara Senhora, respondi-lhe, sei muito bem porque veio: deseja que lhe dê a data da morte do seu marido!
- Ah, vê efetivamente que pode ver.
- Sim, certamente, mas quem diz que não é você que vai morrer primeiro.
Um pouco atordoada por esta observação, a consultante fica sem palavras.
- Há mais de quinze anos, foi a uma vidente que lhe disse que o seu marido ia morrer, sem lhe dar uma data. Desde aí, foi de vidente em vidente, com a esperança de obter a data. E cada vidente consultada disse-lhe ver a morte do seu marido. Tudo isto porque a primeira vidente lhe disse que o seu marido ia morrer. Certamente que vai morrer, como você um dia e nada diz que será antes de si.
Mas criou esta forma-pensamento porque foi impressionada pela previsão da primeira vidente que, ia no seu sentido, e os outros Videntes não fizeram que captar esta ‟forma-pensamento”. E tudo isto porque, desde há quinze anos, tem um amante!
- Quinze anos perdidos e desperdiçados porque correu após uma resposta da qual não tinha necessidade para alterar de vida. Crê realmente que tem necessidade da morte do seu marido para viver com o seu amante? …»
«Acontece-me mesmo, ver na aura das pessoas os apoios dos quais se serviram meus confrades durante a sessão de vidência. Vai mesmo até ver, durante uma consulta com o tarô, por exemplo, que cartas saíram e ver a vidente fazer a leitura das cartas.»
«(…) cheguei a um nível que me permite não cair mais neste tipo de armadilha e ver realmente outra coisa.»
- Exercícios:
Escolha um assunto espinhoso: um conflito, uma preocupação, um projeto…
Faça um fosféno concentrando-se sobre esse tema.
Na presença do fosféno, note todas as ideias que surgem.
- Exercício de treino à vidência
Escolha uma pessoa sobre a qual deseja ter uma vidência.
- Primeiro fosféno:
Apague a lâmpada.
Continue a deixar evoluir o pensamento na presença do fosféno.
Pense em lembranças em relação com essa pessoa.
Anote os elementos importantes que vieram à mente.
- Segundo fosféno:
Apague a lâmpada.
Outra vez, anote as ideias novas que surgiram
- Terceiro fosféno:
Apague a lâmpada.
Pense nas lembranças que lhes parecem mais nítidas e faça perguntas.
Primeira pergunta: Qual é o seu caráter?
Deixe vir as ideias e as impressões ligadas a esta pergunta. A imagem desta pessoa vai transformar-se para ir no sentido da exteriorização do seu caráter.
Procedendo assim e fazendo múltiplas perguntas, observará uma transformação da imagem que se fez da pessoa e às vezes, num sentido que pode surpreendê-lo(a).
Anotem com cuidado as novas impressões.
- Quarto fosféno:
Apague a lâmpada. Feche os olhos. Faça a pergunta seguinte:
Quais podem ser as suas inspirações profundas, as suas tendências?
Observe a evolução dos pensamentos. Isto pode levá-lo a aperceber a pessoa numa atividade de lazer que não pratica ainda, mas que lhe conviria perfeitamente.
Se custa a ver as cenas, ter visões ou flashes, faça perguntas.
Esta experiência terminada note com cuidado a natureza das imagens que lhe passaram pela cabeça, bem como as impressões e as sensações que suscitaram.
- Quinto fosféno:
Anote uma última vez as ideias principais que se libertam desta última Conjugação. Deste conjunto de notas, emergem às grandes tendências da pessoa escolhida.
- Análise
Quando quiser obter respostas aos problemas colocados pelos seus consultores, pense pôr no fosféno o que a pessoa acaba de vos expor. Obterá muito mais soluções pelas associações de ideias.
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