sábado, 10 de janeiro de 2015

Elementos Ritualísticos

As vezes temos uma dificuldade imensa em saber o que os guias estão pedindo para utilizar numa oferenda, durante os trabalhos e até mesmo para nossas firmezas pessoais etc...
E muitas vezes, você se encontra em uma saia justa, pois nunca ouviu falar esse nome, não sebe nem o que é, e muito menos como podem ser?
Dai você fica com aquele ponto de interrogação? E não sabe o que fazer e nem onde comprar.
Por isso resolvi dar uma mãozinha a todos nós e me incluo nesse meio também.
Pois temos inúmeros instrumentos religiosos e muitas vezes, nos encontramos perdidos e acabamos levando gato por lebre.
Se cometer alguns erros peço, que me corrijam sem problema algum aqui estamos todos para aprender uns com os outros.
Agradeço a todos. Axé

Bebidas
MARAFO = PINGA
MARAFO ou Marafa, corruptela de Malafa, é uma palavra de origem Kikongo, oriunda de Malavu, designativa da aguardente pura ou da infusão nesta de ervas maceradas, muito utilizada na Umbanda pelos Exus e alguns baianos, quer pela ingestão, quer pela distribuição entre os assistentes. É um material dotado de grande força no campo da Magia, eis que simboliza a mais perfeita ligação entre os dois elementos essencialmente antagônicos: água e fogo por paradoxal possa isto parecer, e concedendo-lhe, a combustão, uma vitalidade hermética. Daí a propriedade com que os italianos a denominam Acqua vita, ou seja, água viva. Seu poder magnético decorre exatamente desta conjugação de opostos. Sua ingestão ritualística deve ser feita de modo a não conduzir a embriagues, restringindo-se às giras de Exus e aos trabalhos de Baianos. Nas giras das demais entidades, seu uso é limitado apenas às descargas e limpezas.
Obs: Geralmente Marafo se encontra em casa de artigos religiosos, muitos denominam que as pingas tem que ser de casco escuro para oferendar Exú.
Leite de cabra – Baianinha = Batida de coco
Essa bebida é muito utilizada na linha dos baianos.
Lembrando também que não é uma regra pois cada entidade solicita sua bebida podendo ser coco, pinga, licor, vinho etc..
Louças e artigos em geral


ALGUIDÁ,= Alguidar ou Agdá vasilha circular feita de barro (Argila), utilizado nos rituais das religiões afro-brasileiras para fazer assentamentos "igba orixa" ou oferendas dentro do terreiro aos Orixás, caboclos e Exús.
Utensílio muito utilizado na culinária baiana, encontrado na Feira de São Joaquim e produzido recôncavo baiano, também usado como objeto de decoração. Também chamado pelo povo de santo de oberó
Temos o alguidá cru e o vitrificado que é com verniz.
Dica; Quando você for trabalhar com uma alguidar sem verniz e tiver que colocar alguma bebida . Primeiro molhe ele com bastante água para que ele possa absorve-lá assim quando for fazer seu trabalho o barro não irá consumir o liquido que estiver dentro.durando assim muito mais tempo.
Pratos de barros
Geralmente são utilizados para colocar oferendas para Ogum, Baianos, Boiadeiros, preto - velhos .
Isso irá depende da oferenda que for feita
QUARTINHAS PARA ORIXÁS, ANJO DA GUARDA E EXÚS 
Tanto na umbanda como no candomblé as quartinhas são amplamente usadas dentro dos ritos religiosos que compõem os costumes de cada casa. Servem para assentar ou firmar orixás ou guias de trabalho conforme a necessidade da casa ou do médium que realiza o ato religioso.
De acordo com o que aprendi um dos fundamentos que está por trás das quartinhas é o seu formato que se repararmos bem se assemelha ao do útero materno, onde se aloja a o embrião para seu desenvolvimento após a concepção.
Quando assentamos ou firmamos uma força divina (orixás) ou um guia de luz em uma quartinha estamos oferecendo a eles condições para desenvolverem seu trabalho ou suas forças e assim irradiem pra nós tudo de bom que possam oferecer,  de acordo com nosso merecimento.
Quanto a forma de fazer ou que tipo usar cada casa tem um fundamento, cada dirigente aprendeu de um jeito eu por ter passado por algumas casas ao longo de minha trajetória espiritual aprendi de duas formas.
Uma delas é que independente se firmeza ou assentamento para orixás ou guias masculinos usamos a quartinha sem asa e para orixás e guias femininos quartinhas com asas.
Geralmente as de louças são destinadas aos orixás da direita e anjo da guarda já as de barro são destinadas a linha da esquerda.
Dentro de algumas casas cada cor de quartinha corresponde a um orixá. O branco serve tanto para Oxalá quanto para nosso anjo de guarda.
Gamela:
É uma vasilha com a forma de uma tigela ou bacia, esculpida em madeira retirada de árvores cuja madeira é macia, um exemplo é a gameleira. Geralmente é muito utilizada para oferendar o Orixá xangô com suas comidas.
Porem também podemos utilizar para colocar ervas etc.
Bacia de Ágata : 
Ela pode ser utilizada para fazer banhos,ofertar comida para orixá, como instrumento religioso para batizados e amacis.
Assim, como também tem pratos e canecas.
Igbás
Os Igbás Orixa ou Ibás são os famosos assentamentos de Orixá, Esses Igbás são formas de representar um orixá dentro da cultura Africana.
Nesses Igbás são fixadas energias dos orixás, particularizando com a energia de cada  Individuo.
Nesses Assentamentos são colocados Apetrechos característicos dos Orixás, São feitos esses Igbás na Feitura de santo e pode dar continuidade durante a vida religiosa desse Yawô ou Cargo.
Ao lado desses assentamentos tem sempre uma Quartinha ou Quatinhões que contenham dentro o líquido da vida, chamado pelo povo de santo Omin (Água).
Cada igba orixa é uma representação material e pessoal, simbolizando a captação de energia oriundo da natureza, ligado aos orixás correspondentes e sempre emanando energias para seus adeptos e crentes.
A criação desses assentamentos é vista no Jogo de Búzios e uma série de coisas são feitas para que esse assentamento (Igbás) seja válido.
No caso da morte da pessoa, o seu Igbá é despachado (desmontado) por um sacerdote.
Cada orixá tem seu igbá.
ADJÁ
Na Umbanda o adjá é utilizado em vários momentos, no desenvolvimento mediúnico, quando se prepara o amaci,a oferenda para os Orixás. Só pode ser usado pelo Dirigente Espiritual ou por alguém de extrema confiança do Dirigente.
Campainha desbloqueadora dos campos mentais, ao ser tocado saem faíscas e raios, é propagador de energias, e pode ser usado para abençoar os filhos, fazer a limpeza das energias do Congá.
Geralmente o adjá é feito em 3 tipos de material: Latão, Aço e Cobre.
No Desenvolvimento Mediúnico quando tocado próximo ao médium que está se desenvolvendo faz com que o Orixá ou Guia Espiritual se aproxime mais da incorporação,fazendo com que o médium adormeça o mental,deixando tosos os pensamentos de lado e se conectando com o Astral Superior,também é utilizado para decantar energias nocivas ao médium.
No Amaci e nas Oferendas serve para concentrar a energias dos Orixás.
Pode ter de 1,3,5 ou 7 campainhas e é Consagrado ao Orixá de Cabeça do Dirigente Espiritual,quem determina quantas sinetas são os Guias Chefe do Terreiro.
Adjá para cada Orixá:
Pai Oxalá - Prata
Mãe Oiá - Logunan -Prata.
Mãe Oxum - Cobre.`
Pai Oxumarê - Cobre
Pai Oxóssi - Latão(amarelo)
Mãe Obá - Branco.
Pai Xangô - Cobre.
Mãe Yansã - Latão(dourado)
Pai Ogum - Prata
Mãe Egunitá - Cobre
Pai Obaluaiê - Prata
Mãe Nanã Buruquê - Prata.
Mãe Yemanjá - Prata.
Pai Omulú - Prata
O adjá é um instrumento folclórico afro-brasileiro, idiofone, espécie de campainha de metal, simples ou dupla, também conhecido por campa ou sineta.
Usado no candomblé da Bahia e, com o nome de xere, no xangô de Pernambuco, tem a função de invocar os orixás, chamar os crentes para o ritual de “dar comida” ao santo, ou para reverenciá-lo, além de acompanhar as danças e os toques de atabaque; o mesmo que já.
Ainda nos candomblés da Bahia, designa um instrumento formado por duas campas, com seixos ou sementes no interior, ligadas por um cabo de metal; o mesmo que maracá.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora
AGOGÔ 
O agogô é um instrumento musical idiofone, compõe-se de duas até 4 campânulas de ferro, ou dois cones ocos e sem base, de tamanhos diferentes, de folhas de flandres, ligados entre si pelas vértices.
Para se tirar som desse instrumento bate-se com uma baqueta de madeira nas duas bocas de ferro, também chamadas de campânulas do instrumento.
Na religião
Um agogô de metal preto com uma baqueta.
Pode ser composto de duas ou três campânulas presas por uma haste de ferro, pertence ao Orixá Ogum, usado no candomblé onde também é chamado de Gã e em outras religiões afro-brasileiras, por isso é o primeiro instrumento que deve ser tocado nas liturgias dos cânticos. Como é um objeto sagrado, antes do seu uso deve passar por rituais litúrgicos de consagração, isso implica banho de folha, ervas,  para adquirir o (axé) "força vital" no sentido de interferir no transe dos iniciados. No candomblé é tocado com o aguidavi.
Colares
Brajá
Brajá é o fio de contas usadas por Babalawos, Bokonon e outros sacerdotes africanos, no Brasil é usado por Babalorixás, Iyalorixás, Ogans, Ekedis, e pessoas de outros postos de graduação do Candomblé de todas as nações, é um símbolo de nobreza, status, senioridade, sapiência, jamais poderá ser usado por pessoas que não tenham cargo ou posto.
O Brajá é usado pelos filhos da cobra como são chamados os filhos de Dan, Dangbê, Bessém, Oxumarê, Hongolo, pelos filhos da terra como são chamados os filhos de Omolu, Obaluaiyê e por Voduns semelhantes e Nanã Buruquê.
O Brajá representa as escamas da cobra ou serpente, representa a riqueza porque é feito com búzios abertos (que na África era usado como dinheiro ou moeda corrente), trançados com fios de cordonê, de um lado e de outros sobrepostos formando as escamas.
O Brajá na Umbanda é utilizado por algumas casas não sendo uma regra de todas utilizarem.
O fundamento do Brajá na Umbanda cabe ao dirigente de cada casa explicar.
Obs: Deixo claro aqui que não é uma regra na Umbanda utilizar, cada casa responde por si.
Há brajás da Linha de Esquerda, da linha de Direita estes podem conter 3,7,fios entrelaçados conforme as entidades solicitam.
GUIAS E COLARES.
Dentro da Umbanda temos guias e colares feitos dos mais variados tipos.
Temos Guias feitas com miçanga, com contas de cristais, com pedras.
Também temos guias feitos com sementes, dentes de animais, penas.
Há também as guias feitas de aço, couro.
E uma variedade de cores correspondente a cada orixá ou guia espiritual de trabalho.
Elas são utilizadas pelos Caboclos, baianos, Preto-velhos, Boiadeiros, marinheiros, Exús, Pombagiras e as guias correspondentes a cada orixá.
Temos que entender o motivo pelo qual  utilizamos essas guias e respeitá-las como um objeto sagrado, pois nele encontra-se a proteção das suas entidades.
Respeite esse instrumento sagrado que é sua guia!
Vestimenta
Vestuário para médiuns:
Dentro de cada religião há uma vestimenta sacerdotal desde o mais graduado até o iniciante.
Esta vestimenta se dá de acordo com as regras da casa que trabalhamos.
Há casas que os médiuns homens utilizam calças, batas, camisetas, jalecos etc...
Já as mulheres podem utilizar calças, saias, batas jalecos etc...
Tudo isso vai muito de acordo com que cada casa opta em ser adotado, porém há algumas peças que muitos médiuns desconhecem.
Tais como filá , pano de cabeça ,toalha de pescoço, tolha de bater cabeça e por ai vai.
Também temos os paramentos das entidades como cocar dos caboclos, capas dos Exús, saias das Pombagiras e ciganas e todo o paramento quando há uma Festa num determinado dia ou uma confirmação de um orixá sobre o médium.
Nesse caso o médium se veste com a indumentária do orixá e com todas as suas cores, isso vai muito de casa para casa, não é uma regra.
Itens básicos do Médium
Roupas brancas para os dias de gira da direta.
Roupas pretas e vermelhas para os dias de gira da esquerda.
Vale lembrar que hoje em muitas casas utilizam as roupas brancas nas duas giras.
Filá é um chapéu semelhante a um camelauco, porém bem mais baixo que este (cerca de um terço da altura deste) e com modelagem que imita a secção da cabeça de modo a vesti-la melhor. Utilizado por alguns médiuns da Umbanda, Candomblé.
Ele é utilizado pelo médium masculino como uma proteção da sua coroa.
Pano de cabeça : Já o pano de cabeça é mais utilizado pelas mulheres também tem a mesma função de proteção da sua coroa.

Toalha de pescoço:
Muito tem sido falado a respeito do uso da toalha de pescoço nos terreiros. Hora a mesma serve somente de "adorno" para vestimenta dos médiuns, hora serve de "escoro" para guias para que as mesmas não tenham contato com o corpo do médium, hora não se sabe para que servem. Como sabemos a Umbanda é uma religião ritualística e tudo dentro da mesma tem seu fundamento sagrado com base na irradiação divina de Olorum e dos sagrados Orixás. Assim como as vestes, as guias, os pontos etc..., com a toalha de pescoço não seria diferente e abaixo vamos relatar o que nosso mentor Cangaceiro José Severino nos ensinou a respeito da mesma.
O uso da toalha de pescoço nos terreiros e seu fundamento.
A toalha branca que usamos com as guias por cima da mesma em um terreiro tem um fundamento muito importante para o médium e para o corpo mediúnico de uma casa. A consagração da toalha branca que se usa no pescoço é feita na linha da Fé, consagrada ao Orixá Oxalá, orixá que rege este mistério, pois seu fundamento é que "a fé sustente toda a força da linha de trabalho e do próprio médium em si" para que sempre lhe ampare em suas atividades espirituais criando um manto de luz em torno do mesmo. Quando nos referimos à sustentação do corpo mediúnico, nos referimos ao fato de que:
• Fundamento bem feito: médium mais determinado e equilibrado
• Médium equilibrado: grupo também equilibrado
• Resultado: Trabalhos mais sérios e mais pessoa auxiliadas.
O tamanho de uma toalha de pescoço deve chegar até a altura de nossa cintura, próximo de nossa região pubiana, pois na força do Orixá que a cruza, todos nossos chacras também ficam protegidos e purificados dentro do sentido da fé, pois sem a mesma nada anda em harmonia.
Durante o atendimento assim como as guias a toalha de pescoço exerce o papel de proteção energética do médium que a usa. Nós podemos utilizar nossas toalhas de várias formas:
*A primeira delas é a que citamos acima, ou seja, a proteção de nosso campo sensorial (chakras)
*A segunda delas seria quando não estamos usando nem as guias, nem a toalha no terreiro durante os trabalhos, as mesmas podem ficar enroladas por dentro da toalha, pois a mesma é um portal em si, que as purifica e não permite que energias negativas tomem conta da mesma.
*A terceira segue o rito religioso, ou seja, quando recebemos Orixás Ancestrais que carregam o mistério "Ancião", o mesmo pode se servir desta toalha para cobrir sua cabeça, pois a mesma é um portal sagrado para os mesmos trabalharem.
Não se usa: A toalha para trabalhar outras pessoas, este é um elemento de uso litúrgico e proteção do médium, nunca deve ser utilizado para encaminhamento de sofredores ou pessoas com desequilíbrio psíquico. Nestes casos existem consagrações especificas dentro da Umbanda para toalhas com este fim. Como o médium deve usar e cuidar de sua toalha? O médium pode utilizá-la de várias formas sendo elas:
• Quando estamos com problemas em nosso campo mediúnico ou até mesmo físico, podemos enrolar a toalha nesta parte do corpo, solicitando a Oxalá pedindo o auxilio que necessitamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário